LOUISE
Passou o tempo e tanto verão
por sobre pó de tanto pó,
de tanto pó louise
que continuas firme
sentada na cadeira de lona
espetada na relva fresca
dançando o mesmo tango
pelo mar agitado dos sentidos
debaixo do chorão.
não sei se existes , és,
é uma coisa só do verbo ser,
encontro-te amiúde
do rés do chão ao sotão
ao quarto da pensão
da janela do lado do luar
que dava para o jardim
no fim da meia noite
á saída do baile.
Ias e vinhas
em cada madrugada
em bruma de alvoroço
adormecia em ti
e o pó da caminhada
era de vento
o areal explodia
o verão regorgitava a eficácia...
não o guardei em tela
mas a fotografia a preto e branco
é testemunha fria
onde estarás louise
ao fim do dia??